segunda-feira, 1 de março de 2010

Primeiro resumo de Antiguidade Oriental



MESOPOTÂMIA “TERRA ENTRE RIOS”

Região do Oriente Médio – a Mesopotâmia – foi habitada desde o final da Idade da Pedra (quarto milênio antes de Cristo) por importantes civilizações (sumérios, babilônios e assírios, por exemplo). Atualmente, quase toda região pertence ao Iraque, enquanto as zonas periféricas se espalham pela Síria, pela Turquia e pelo Irã.
Essa região incrustada entre os rios Eufrates (a oeste) e Tigre (a leste) sempre foi disputada pelo potencial agrícola que oferecia no contexto de suas vazantes. Entretanto, para aproveitar tal potencialidade, fez-se necessária a organização de Estados mais ou menos centralizados, que organizassem a construção de diques e sistemas de drenagem e irrigação a fim de que seus habitantes pudessem se fixar, plantar e superar as intempéries da natureza (cheias e enchentes na primavera; secas no verão).
“Na Antiguidade, as zonas cultiváveis da Mesopotâmia e de suas vizinhanças se estendiam da foz do rio Nilo até a do Eufrates, formando uma meia-lua; por isso, aquela região passou a ser conhecida como “o Crescente Fértil”, que abrigaria imponentes cidades, sedes de próspera atividade comercial.” Cliohistória – Professor Almir Ribeiro.
As civilizações que ocuparam a Mesopotâmia possuíam algumas características em comum:
v    Poder político ligado à religião. Reis venerados como Deuses (Teocracia);
v    Clero extremamente privilegiado. Normalmente detinham o monopólio do conhecimento e da educação.
v    Economia predominantemente agrícola, sendo a terra propriedade de nobres (guerreiros) ligados ao poder real, de membros do clero, ou propriedade do Estado;
v    Trabalho predominantemente escravo, o que não excluiu a existência de trabalhadores livres ou em condição de servidão. Os escravos eram arregimentados entre prisioneiros de guerra ou pessoas endividadas;
v    Religião politeísta.
v    Sociedade desigual/estratificada.
OBS – Tais características também podem ser atribuídas (com certas ressalvas) à civilização egípcia, aos persas, e demais povos que habitaram o Crescente Fértil. Esse conjunto de características comuns recebe o nome de Modo de produção Asiático.

SUMÉRIOS (3500 a.C. a 2000 a.C.)
Primeiro povo a se fixar na Mesopotâmia. Ocuparam o sul da região entre rios, depois de derrotarem os nômades que a habitavam. Excelentes engenheiros, os sumérios destacaram-se por usarem a roda nos transportes e por terem inventado a escrita Cuneiforme (primeira de que se tem notícia). Ainda foram responsáveis pela drenagem de pântanos; irrigação de áreas áridas; pelas primeiras criações de peixes; pelas primeiras experiências em criação de gado em cativeiros; pelo primeiro calendário solar de que se tem notícia, o que nos leva a crer que dominavam a astronomia.
Economia baseada na agricultura, na pecuária e, mais tarde, no comércio.
Trabalhadores - Livres ou escravos de Guerra.
Organização política em Cidades-Estado: Eridu, Larsa, Nippur, Ur, Lagash. Lutavam constantemente entre si;
Chefe de Estado – Rei (monarquia teocrática) – equivalia a uma representação de algum Deus na terra.
Religião – Politeísta ligada a elementos da natureza. Os deuses eram antropomórficos (feições humanas). Anu era o deus do céu; Enlil, o deus do vento e das tempestades; Enki ou Ea, o deus da terra e da água e havia muitos outros deuses menores. Cada cidade tinha seu deus principal.
Arquitetura – destaque para os zigurates com estrutura de degraus.

ACÁDIOS ( 2350 a.C. a 2000 a.C.)
Povo semita do deserto sírio que se fixou no norte da Mesopotâmia (Akkad) e expandiu, gradualmente, seus domínios para o sul. Depois de constantes guerras contra os sumérios, fundaram o primeiro Império conhecido na História: o Império Acádio ou I Império mesopotâmico (fundado por Sargão I). Seus domínios se estendiam do mar Mediterrâneo (mar Superior) ao golfo Pérsico (mar Inferior).
O Estado era teocrático e a religião, politeísta.
Assimilaram grande parte da cultura suméria e foram derrotados pelos Cananeus.

AMORITAS OU BABILÔNICOS (1900 a.C. a 1600 a.C.)
Libertam-se do domínio acádio a partir da cidade de Babel e fundam o Império Babilônico.
Destaques
·                     1728 a.C Hamurabi  submete grande parte da mesopotâmia.
·                     Religião politeísta.
·                     Primeiro código de leis escritas – o Código de Hamurabipautado na pena de Talião: “olho por olho, dente por dente”. Dividia a sociedade em: Homens/os que se curvam (súditos livres)/e os que são propriedade (ESCRAVOS). Privilegiava os membros da elite.
·                     Comércio bastante desenvolvido.

HITITAS (1600 a.C. a 1200 a.C)
Originários da atual Turquia, destacaram-se pela utilização do ferro e pela domesticação de cavalos (o que os tornara invencíveis por longa data). Seu Império acabou submetido por um povo, até então subestimado – os assírios.

ASSÍRIOS (século XIX a.C. ao final do século VII a.C.)
Originários de região pouco fértil (norte da Babilônia), tinham constituição miscigenada e eram conhecidos pela crueldade com que tratavam seus inimigos .
Em 1200, submeteram os Hititas. Graças ao domínio do ferro e à vocação belicista, estenderam seus domínios por toda a Mesopotâmia. Sua força militar era extraordinária: empregavam carros de guerra, cavalaria e, a partir de 1200 a.C, armas de ferro.
Durante os séculos VIII e VII a. C., chegaram a conquistar a Pérsia e o Egito.
O auge de tal civilização foi alcançado no Reinado de Assurbanipal (668 a 626 a.C.), quando foi concluída a Biblioteca de Nínive. Vale lembrar que os povos dominados eram submetidos à servidão coletiva.
Em 612 a.C, foram derrotados por uma coalizão formada por persas e babilônicos.

CALDEUS - O Segundo Império Babilônico ou Império Neobabilônico (612 a.C a 539 a.C)
Apesar da duração efêmera, destacou-se pela conquista do Reino de Judá (Hebreus) e pelo “seqüestro” e escravidão a que submeteram tal povo (Cativeiro da Babilônia).  Vale destaque para o reinado de Nabucodonosor II, que expandiu substancialmente as fronteiras do Império.
Vale lembrar que os jardins suspensos da Babilônia, citados como uma das maravilhas do mundo antigo, teriam sido construídos neste contexto. Em 538 a.C, foram submetidos pelo Império Persa.



EGITO
A civilização egípcia desenvolveu-se graças ao regime de enchentes do Rio Nilo que anualmente transborda e fertiliza as margens; e quando “domado”, possibilita a agricultura numa região marcadamente árida.
Logo após o declínio da estrutura descentralizada formada por clãs (famílias) neolíticos (os Nomos), as famílias “vencedoras” estabeleceram dois reinos: Baixo (ao norte) e Alto Egito (ao sul).
3200 a.C. – o rei Menés, do Alto Egito, conquistou o baixo Egito e unificou os dois reinos. Menés foi o primeiro Faraó (proprietário de todo o reino), inaugurando um regime de governo Teocrático.
Neste primeiro contexto (de formação do Império), foram construídas as pirâmides Quéops, Quéfren e Miquerintos.   

O Antigo Império
Estendeu-se da III à VI dinastia (2686/2181 a.C.) e caracterizou-se pelo fortalecimento do poder central, pelo florescimento da vida econômica, baseada na agricultura, e pela criação de uma eficiente máquina administrativa.
Durante o século XXII a.C., devido a revoltas entre os nobres, rebeliões camponesas e invasões de povos estrangeiros, o Estado unitário deu lugar a uma série de Estados politicamente descentralizados.



O Médio Império
A unidade foi restaurada em 2160 a.C. pela IX dinastia. De 1991 a 1786 a.C. os agricultores saíram da servidão, os artesãos prosperaram e a influência dos sacerdotes foi contida. Construíram-se templos, pirâmides, canais e barragens; o comércio exterior intensificou-se e a Núbia (civilização africana localizada ao sul do Egito) foi conquistada. No fim da XII dinastia, o poder central foi novamente abalado por crises políticas internas.

O Novo Império
Durante o Segundo Período Intermediário, o Egito foi invadido e dominado pelos hicsos. Estes permaneceram no poder quase dois séculos, mas foram expulsos em 1580. Durante o Novo Império, o Egito se transformou na maior potência do mundo antigo, estendendo sua política imperialista até a Ásia. As regiões da Palestina e da Síria foram anexadas. Ouro e tributos afluíam em quantidade e o comércio prosperava. Mas o clero devoto a Amon-Rá (da capital Tebas) continuava a constituir uma ameaça para o poder central.
Um dos últimos faraós da XVIII dinastia, Amenófis IV, concebeu uma religião monoteísta (adorando o disco solar de Aton), na tentativa de dissolver a classe sacerdotal e destruir os templos. Mudou seu nome para Akhenaton e estabeleceu a capital em Tell-el-Amarna, casou-se com Nefertiti (que não era nobre). A reação dos sacerdotes de Amon, deus de Tebas, foi violenta e o conflito acabou levando ao poder (depois do reinado de Tutancâmon, genro de Amenófis-Akhenaton) os generais Horemeb e Ramsés. Este último inaugurou a XIX dinastia (1320 a.C.). Sucederam-se dois soberanos com o mesmo nome, sendo Ramsés III o último grande faraó da história egípcia.
As disputas entre clero e faraós acabaram por desintegrar a unidade territorial do Egito.
Depois de serem submetidos pelos assírios por 9 anos, os egípcios de Saís conseguiram expulsar os invasores e restabelecer a Unidade territorial (Renascimento Saíta). O contexto que se estende do século VI a.C. à Era Cristã foi marcado por novas invasões: Persas (525 a.C.); Macedônios (332 a.C.) e Romanos (30 a.C). 

Características
v    ECONOMIA – agrícola (o Egito era considerado o “celeiro do mundo antigo) até o século XX a.C., posteriormente o comércio e a produção artesanal ganham destaque;
v    POLÍTICA – teocracia; com destaque para os funcionários estatais – os escribas – que detinham grande poder econômico e político. Os Sacerdotes também dispunham de grande prestígio, além de serem possuidores de terras.
v     SOCIEDADE – Estamental (sem grandes possibilidades de ascensão social):
Faraó                                                               ►
Sacerdotes, guerreiros e altos funcionários ►

Felás (camponeses em servidão) e escravos ►


v    TRABALHO - servidão coletiva e escravidão a partir do expansionismo (prisioneiros de guerra).
v    RELIGIÃO
– Politeísta  -  contava com culto a deuses locais e veneração a animais.
- Antropozoomórfica – deuses híbridos Homem + animal.
- Crença na vida após a morte e na reencarnação, o que explica as mumificações.
v    FAMÍLIA – monogâmica
Destaques
Literatura – Escrita hieroglífica/hierática e demótica. Livro dos mortos.
Astronomia – utilizada para previsão do ciclo das águas.
Matemática – soma, subtração, divisão e concepção de sistema decimal sem o zero.
Medicina – especializados em anatomia (devido às mumificações), produziram as primeiras próteses de que se tem notícia, fizeram as primeiras cirurgias bem sucedidas.
Farmácia – Primeira farmacopéia da história/ conhecimento de inúmeras ervas medicinais.
Arquitetura – Funerária e religiosa (Pirâmides e monumentos); utilitária (diques e canais)
Arte – de caráter religioso funerário.
Química – Primeiros a utilizar sais como o Natrão para a conserva das múmias.

PERSAS
Vizinhos a leste da Mesopotâmia (atual Planalto do Irã), fortaleceram-se ao aliarem-se aos babilônicos na derrota dos assírios. Tiveram sua unificação empreendida por Ciro que, para ganhar a confiança dos conquistados, tratava-os com certa benevolência.
559 a.C -  anexam os territórios dos Medos e iniciam, em seguida, a conquista do Segundo Império Babilônico.
529 a.C. a 525 a.C. – conquistam o Egito.
521 a.C. – Dario I ascende ao poder com caráter divino (teocracia). Governa despoticamente e estimula o comércio, a cunhagem de moedas, e a formação de Províncias (as Satrápias comandadas pelos nobres de confiança do Imperador – os sátrapas. Esses, apesar dos privilégios de que dispunham, eram vigiados pelo serviço de inteligência do Imperador “os olhos e ouvidos do Rei”).
521 a.C. a 485 a.C. – Dario I estende domínios até a Índia.
Religião – Compilado pelo profeta Zaratustra, o livro Zend Avesta previa a luta constante e eterna entre o Bem e o Mal (dualismo):
Bem – Representado pela entidade Ahura Mazda ou Ormuz, cujo símbolo era o fogo e sempre estava associado à figura do Rei./Mal - Representado pela serpente.
Destaques - correio altamente eficiente; Grandes estradas pavimentadas.
Decadência – Ao disputarem o domínio de regiões mediterrâneas com os gregos, acabam derrotados (Guerras médicas – 490 a.C)
Têm seu território conquistado pelos Macedônios (Alexandre “o Grande”) no século IV a.C.

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